Gêtê...ontheblog

12 setembro 2005

Como justificar tamanha ausência? Como explicar que tanto se tenha para escrever, contar, pensar…e nada se tenha feito? Como posso eu reduzir num simples texto os últimos acontecimentos da minha vida? Não posso…e por isso…as mais sinceras desculpas aos que seguem por aqui as minhas pisadas em Köln. Uns por curiosidade, outros por amizade, enfim…não mereciam tamanha desconsideração! Porém a vida é mesmo assim…e umas vezes por falta de tempo, outras por excesso de ressaca, outras por não ter mesmo palavras e, confesso, paciência ou humor afastei-me da escrita…dei-me a outros mundos. Mas estou de volta…como sempre! A escrita é sempre o meu refúgio, aquela casa com lareira e chá de menta à minha espera para me aconchegar. Volto sem saber muito bem para dizer o quê…ou como dizê-lo. Vou começar por ser descritiva…o mês passado teve de tudo; momentos bons, menos bons, de forte presença, ausência, tudo. E ao mesmo tempo aquele irritante voar do tempo…não acredito que já passou tanto tempo.

Tive a visita da minha mana João por alturas da visita do Papa aqui em Colónia; foi muito bom tê-la aqui, conhecer um pouco da minha vida, os meus amigos e apesar de esta se ter dedicado ao seu mundo jesuíta foi mesmo bom dar risadas e relembrarmos bons velhos tempos. Para quem me conhece sabe que tenho uma relação “peculiar” com a igreja católica…aos que me fizeram a pergunta várias vezes…não, não vi o Papa. Saí do trabalho e fui para casa relaxar numa cidade em polvorosa com jovens que sinceramente nunca cheguei a perceber se sabem para o que vêm, se vivem mesmo a religião, se vêm para “curtir” com o pessoal. Sou crente mas muito descrente nesta igreja, neste modo de viver a religião. Acredito no bem, no praticar o bem…o resto…deixa-me sempre muitas dúvidas.

A segunda visita dos pais com a kiki foi óptima e deu para matar todas aquelas saudades acumuladas, para falar da nova época do FCP, para visitar a magnífica Berlim e no final dizer um “até breve”…não custou tanto, mas custa sempre. Assisti ainda à partida chorosa da Karina, a única brasileira que conheço a amar a Alemanha e ficar com uma sensação de vazio. A Karina apareceu-me naquele momento de solidão máxima, no tal Internet café…e nem imaginei que a borga fosse tanta a partir daí. É o problema de se viver fora…há sempre pessoas a ir, chegar, um dar, um receber que quando olhamos para trás não resistimos a uma certa melancolia. Para tudo há o reverso da medalha… De modo que cheguei ao fim do mês estranha, confusa…quero ficar, quero partir…sinto-me bem, sinto-me anestesiada…hmmm…não sei. Paralelamente a tudo isto mantenho a minha vida aqui em Colónia…saídas…jantares…conhecer novas pessoas.

De qualquer forma, tive um último encontro com a mana João que foi deveras revigorante…e só posso dizer que “a gente desceu no morro” e foi até não poder mais…

Como vos disse não sei muito bem o que dizer…não estou para grandes contemplações…deixo algumas fotos…alguns pensamentos….mais tarde voltarei…

Bis Bald.