Gêtê...ontheblog

26 abril 2006


Desculpem...ainda não tinha mandado a minha posta! Imperdoável!

Foi merecido e soube bem!

Quanto a polémicas de cânticos "SLB's"...que tal recordarmos os festejos de Nuno Gomes, Simão e Cª do ano passado...o nosso clube foi tão cantado...e coisas lindas é que não foram ditas...

Enfim...o normal...

E agora...a dobradinha!

16 abril 2006

Feliz Cumpleaños!


Estás aí...mas estás aqui...

Boa Páscoa!


Se cada vez mais o Natal é para muitos uma noite perfeitamente normal…então que poderemos dizer da Páscoa?!

Como a minha família é anormal e somos mais que as mães vamo-nos, como todos os anos, reunir à volta da mesa da casa da avó Isa e comer até às cinco da tarde, altura em que seremos interrompidos pelo som das sinetas do compasso pascal. Nessa altura entrar-nos-ão pela casa dentro o Sr. Padre, respectivas (salvo seja…) irmãzinhas e demais crentes cantando o famoso “O Xenhor rexuxitou…Aleluia! Aleluia!”. É um momento familiar que se repete e que, confesso, me dá imenso gozo. Gosto deste preservar de tradições, das novidades dos chocolates e ovos de Páscoa pelos quais os meus primos se digladiam; gosto da união familiar; gosto de sentir que apesar da minha crescente descrença na igreja católica a ideia de uma personalidade como Jesus, com uma mensagem tão simples e livre de dogmas, se mantém viva no meu íntimo. A minha crença vai muito além de chiliques de padrecos. No último Pós e Contras (RTP) ouvi estupefacta, um César das Neves defender afincadamente a ideia de que a Decadência da Europa reside, em parte, no desaparecimento da instituição casamento para o aparecimento de outras formas como uniões de facto e coisas mais (!). Já no DN havia comentado que “em nome dos direitos humanos, não só se toleram, mas defendem-se com ardor coisas antes repudiadas, como divórcio, aborto, homossexualidade, clonagem, eutanásia, "bancos de esperma", "barrigas de aluger". Milenares instituições, como o casamento, adopção, herança, estão abertas à discussão e a redefinições súbitas.” Sempre pensei que mudar é preciso para se crescer, para se evoluir. Como dizia António Barreto e bem, nesse mesmo programa, estamos perante novas formas de família, novas realidades impostas pela mudança de papéis na sociedade; as instituições também têm que mudar! Podemos e devemos questionar exageros mas exageros também os havia quando numa sociedade há bem poucos anos atrás ao homem se permitia abrir a correspondência da sua mulher, numa sociedade onde escândalos como o Ballet Rose existiram e revelaram uma sociedade talvez bem mais hipócrita que a actual. Discutir a “decadência” e imputá-la a divórcios, abortos e homossexualidade é fechar os olhos à realidade, pior, é fechar os olhos ao passado. O Sr. abominável das Neves continua…”Cada geração rejeita os valores fundamentais da anterior, para depois se ver sob o fogo dos ataques da seguinte. Os que hoje se indignam com posições que julgam retrógradas, devem preparar-se, como os seus pais, para o desprezo que o amanhã trará sobre o que julgam essencial. Onde é que isto vai parar? Não se chamará a isto o tradicional “conflito de gerações” e que apesar de tudo é o que permite a Mudança? Oh, Sr. Neves, eu sou da geração supostamente perdida e como vê vou festejar a Páscoa na santa companhia de todos os meus familiares, com alegria, sem beatices, com crença, sem dogmas. Que eu saiba vários amigos meus também o vão fazer. Uns casados, outros não, uns pelo civil, outros pela igreja, outros juntos, outros separados. Discute-se o aborto, o casamento, a homossexualidade tentando chegar-se a conclusões; na verdade, o mais importante é que se discute e se fala, se mudam mentalidades, se mudam comportamentos, para se evoluir, para se crescer e nos tornarmos numa sociedade melhor e (aqui) sim menos decadente, ao contrário do que o Sr. Neves acha.

Será que o facto de as pessoas deixaram de festejar Páscoa e Natal da forma como o faziam na sua infância não terá exactamente a ver com o facto de cada vez mais os católicos acreditarem cada vez menos nas mensagens demagógicas, ultrapassadas, por vezes, ridículas do superior Vaticano? Quem de nós hoje consegue entender, seguir ou simplesmente aceitar uma igreja que continua a condenar métodos contraceptivos? Uma igreja que vive luxuosamente e constantemente ignora os mais necessitados?

Por mim, espero continuar a viver a minha Páscoa, as minhas tradições, como os meus avós, os meus pais sempre fizeram. Se a Europa está decadente, se os valores se estão a perder, se as tradições a desaparecer deveremos questionarmo-nos sobre as verdadeiras causas e não cair em argumentos demagógicos e tendenciosos.

Boa Páscoa!